Pesquisadoras falam sobre o processo e a qualidade do ensino nessa modalidade no país

11/03/15


Em entrevista ao Programa Educação Brasileira, da UNIVESP TV, as pesquisadoras da Fundação Carlos Chagas, Eliana Bhering e Beatriz de Oliveira Abuchaim, falam do artigo de sua autoria “Monitoramento da Educação Infantil Pública: Possibilidades e Conteúdos”, no qual analisam o histórico e a qualidade da educação de crianças no Brasil.

A pesquisa que deu origem ao artigo foi realizada em 2009, em uma parceria entre a Fundação Carlos Chagas, o Ministério da Educação (MEC) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. O estudo avaliou a qualidade da educação infantil em seis capitais brasileiras. “Há uma diversidade muito grande nessas seis cidades, tanto no que diz respeito às políticas dos municípios, por serem muito diferentes, como com relação à qualidade”, afirma Abuchaim.

As pesquisadoras aprofundaram a análise na realidade do município do Rio de Janeiro, onde visitaram 149 instituições com o objetivo de propôr um sistema de monitoramento para essa rede de ensino.

O Brasil deu um passo importante, de acordo com Bhering, ao sair de um modelo assistencialista e inserir a educação infantil no sistema formal de educação. “Com a Constituição de 1988 que a pré-escola e a creche passam então a ser um direito da criança”, argumenta Abuchaim. Para Bhering, este foi “[…] um passo expressivo para as famílias e para o ensino do país, pois, em poucos países se vê a creche e a pré-escola vinculadas ao sistema de educação como se tem [hoje] no Brasil”.  

Os registros das primeiras pré-escolas brasileiras datam do final do século XIX. Neste período, tais instituições atendiam aos filhos de trabalhadores, mas também crianças de classe média, e já se acreditava no papel educativo da pré-escola. “Durante o regime militar, a pré-escola ganha um caráter mais compensatório para as classes populares, no sentido de inserir cada vez mais cedo as crianças no universo escolar”, conta Abuchaim.

Assista à entrevista: