Especialista explica o processo histórico-cultural de formação dos estereótipos femininos do século XIII ao XX

24/09/15


O apresentador Rodrigo Simon, do programa Fala, Doutor! da UNIVESP TV, conversa com Isabelle Anchieta, do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo, sobre a tese Imagens da mulher no Ocidente Moderno, em que realiza uma análise histórico-cultural dos estereótipos femininos do século XIII ao XX.

Elaborado ao longo de oito anos, o estudo contou com pesquisa em arquivos de bibliotecas da Alemanha e Suíça, museus da Europa e estúdios de Hollywood, nos Estados Unidos. Pinturas, esculturas, panfletos noticiosos e filmes serviram de fonte para remontar as relações sociais e compreender como as imagens da mulher variam ao longo do tempo, criando interações sem precedentes. “Mulheres sempre usaram as imagens ao seu favor”, analisa Anchieta.

Realizando uma espécie de sociogênese da mulher ocidental, o estudo  busca entender como se dava o processo da humanização da mulher no contexto moderno da individualização, saindo dos esteriótipos ocidentais de que a mulher é sempre vítima, sexo frágil.

As imagens nas redes sociais e na arte contemporânea, de acordo com a pesquisadora, quebram com uma série de generalizações ao brincar com os próprios esteriótipos. São mulheres que ironizam e dessacralizam a ideia da beleza. “O jogo de esteriótipo está muito ligado a uma luta por reconhecimento, as pessoas buscam isso a todo momento, até hoje; não é uma novidade das redes sociais”, falou.

De acordo com Anchieta, “A formação dos esteriótipos se dá através de uma certa repetição e circulação das imagens”. As figuras das bruxas ou de Maria (símbolo da Igreja Católica), por exemplo, são automaticamente associadas a uma série de gravuras na medida em que são citadas na sociedade.


Assista à entrevista e saiba mais sobre a pesquisa: