Programa da UNIVESP TV fala da demanda por indicadores que considerem essas questões
A necessidade de informações amplas sobre o meio ambiente surgiu no final da década de 1960, a partir de discussões levantadas pelo Clube de Roma, um grupo de cientistas europeus que chamavam atenção para o esgotamento dos recursos naturais e a impossibilidade de manutenção dos padrões vigentes nos 100 anos anteriores. No Brasil, as primeiras iniciativas de organizar e divulgar informações ambientais foram tomadas no início da década de 1980, com um relatório da qualidade do meio ambiente elaborado por uma secretaria diretamente ligada à Presidência da República.
Nesta edição do programa Descubra São Paulo, da UNIVESP TV, Luiz Henrique Proença Soares, analista de projetos sênior da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), fala sobre o seu artigo “Uma síntese das questões ambientais e os novos desafios para as Instituições produtoras de estatísticas no Brasil”. O estudo mostra que a busca de indicadores de desenvolvimento social e econômico que considerem as variáveis ambientais e os temas da sustentabilidade já está na agenda pública e da sociedade e deve ganhar ainda mais importância nos próximos anos.
“Nós enfrentamos um problema que todo mundo enfrenta, um campo de conhecimento novo e que diz respeito a vários aspectos da vida das pessoas. O desenvolvimento sustentável é vasto e multisetorial. Uma questão que tem desafios metodológicos importantes”, avalia Soares.
De acordo com o analista, em alguns seguimentos da sociedade há uma incoerência entre o discurso da sustentabilidade e as ações praticadas. Cada habitante da cidade de São Paulo produz por dia 1 quilo e 100 gramas de lixo doméstico. Mas, como resolver esta questão? “A gente não pode continuar gerando esta mesma quantidade de lixo, nem dando a ela a destinação que vem sendo dada. Esses resíduos devem ser coletados da casa das pessoas, têm que ser depositados em locais apropriados. […] E [se deve] exigir das empresas soluções adequadas”, defende.
A preocupação com a ações ambientais refletem na atuação da Organização das Nações Unidas (ONU). Termina em 2015 o prazo para o cumprimento dos 8 Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, que foram eleitos por líderes de 189 países no ano 2000, durante um encontro promovido pela ONU, em Nova Iorque.
Soares lembra que, das 8 metas, apenas uma demonstrava preocupação com o esgotamento dos recursos naturais. Em setembro deste ano, na Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, realizada em Nova York, foi apresentada pela ONU uma nova agenda, formada por 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Desta vez, as ações que envolvem tópicos como mudanças climáticas, desmatamentos, recursos hídricos e gestão de resíduos estão presentes em praticamente todos os objetivos.
Descubra São Paulo é uma produção realizada em parceria da UNIVESP TV com a Fundação Seade, que traz estatísticas e análises dos números do Estado a partir de estudos produzidos pelo órgão.
Assista ao programa e saiba mais sobre o assunto:
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