Projeto Integrador de alunas de Pedagogia, do polo de São José dos Campos, destaca a importância da arte em momentos de adversidade
A música “O Bêbado e o Equilibrista”, composta por João Bosco e Aldir Blanc, na década de 70, é o ponto de partida do Projeto Integrador (PI) “Arte & Adversidade: uma esperança equilibrista para o Ensino Médio em tempos sombrios”. A iniciativa, foi desenvolvida pelas alunas de Pedagogia, Ana Dair Moraes Ortiz Endrizzi, Dayse Rodrigues de Lima, Deborah Caroline Ramos Bahiense, Denise Stefanoni Combinato, Gislaine Aparecida dos Reis e Karina Aparecida de Camargo, do polo de São José dos Campos, da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).
O trabalho foi direcionado a estudantes do ensino médio da Escola Estadual Professor Nelson do Nascimento Monteiro, localizada no próprio município, com o objetivo de discutir em sala de aula as perdas, mudanças, cuidados, retrocessos e avanços a partir da pandemia de coronavírus. As futuras pedagogas, sensibilizadas pelos desafios que o mundo enfrenta com a doença, procuraram apresentar soluções que contribuíssem com a área da Educação. No relatório final do projeto, as alunas explicam que a ideia principal da ação foi incentivar e entusiasmar os adolescentes a continuarem nos estudos. “Depois que a pandemia passar, haverá um mundo de oportunidade e sonhos esperando-os, onde a educação é ferramenta transformadora”, afirma o grupo no documento.
Com um plano de aulas desenvolvido on-line, as discentes mostraram aos jovens um vídeo da música “O Bêbado e a Equilibrista”, produzido pela Orquestra Sinfônica do Paraná, e propuseram a produção de paródias da canção. A intenção era que os alunos conseguissem refletir sobre o cenário ocasionado pela pandemia e pudessem desabafar sobre as necessidades enfrentadas durante o isolamento social. De acordo com o relatório de PI, a composição de Bosco e Blanc foi escrita na fase de Regime Militar, em um momento de restrição de liberdade. “A sugestão foi que esse projeto interdisciplinar levasse os alunos a analisar o que existe de comum entre as dificuldades dos períodos”, diz o texto.
A expectativa da equipe era que a produção possibilitasse aos alunos, por meio da arte, da música e da escrita, exteriorizar seus sentimentos, angústias e medos, sem deixar de lado o processo de ensino-aprendizagem, afetado durante as aulas remotas.
Durante o desenvolvimento do Projeto Integrador, o grupo aplicou uma atividade para que os adolescentes descrevessem o que sentiam nessa fase de isolamento social. As palavras mais citadas foram “confuso, angustiado, bem, preocupado e cansado”. Após a aplicação das aulas, as palavras mudaram para “feliz, calmo, iluminação, reflexão, criatividade”. Segundo o documento, os resultados mostram que os alunos conseguiram encontrar na arte não só alento, mas também motivação e esperança de dias melhores.
Confira o vídeo do PI.Mais de Notícias
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