Psicóloga entrevistou homens e mulheres que passaram por essa experiência e fala dos impactos negativos gerados pela dor da perda
Ana Paula Fusjisaka, psicóloga da Universidade de São Paulo, é a convidada do programa Fala, Doutor, da UNIVESP TV. Ela conversou com a apresentadora Cássia Godoy sobre a sua tese “O familiar cuidador, e o processo de fim de vida, e morte de seu ente querido, uma compreensão fenomenológica”.
Fusjisaka explica que o estudo busca ampliar a compreensão a respeito das vivências das pessoas que cuidam de um familiar durante o processo de fim da vida. A psicóloga entrevistou seis pessoas, dentre elas, três homens e três mulheres que passaram por essa experiência. Os entrevistados tinham entre 26 e 63 anos.
De acordo com a pesquisadora, os cuidadores não recebem nenhum tipo de anteparo psicológico, nem acompanhamento de acolhida. “Quem recebe mais atenção nesse processo de fim de vida de um ente querido, […] são pessoas que participam de programas de cuidados paliativos”, afirma.
Os cuidados paliativos foram definidos pela Organização Mundial de Saúde em 2002 como uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida. Segundo Fusjisaka, o cuidado paliativo diz respeito a uma morte com dignidade, com “olhar para o enfermo, familiares e amigos que estão envolvidos naquele processo de fim de vida, e não [somente] para a doença. Com isso, ajuda o enfermo a ter uma partida melhor”.
Sobre o luto daqueles que perderam ou perderão um ente querido, a psicóloga alega que, geralmente, o próprio processo é visto como uma doença: medicaliza-se o paciente (que perdeu alguém querido) e o tratamento recebido é focado nos sintomas e na cura, e não na pessoa. Com isso, suprime-se a vivência do luto em uma fase marcada por instabilidade emocional e natural, mas que não deve ser reprimida.
Assista à entrevista:
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