Cientistas explicam a importância e quais condições são necessárias para a sobrevivência de micro-organismos

08/06/15


Não conseguimos ver os micróbios a olho nu, mas eles estão na terra, no mar e no ar. Podem sobreviver em lugares extremos, inclusive dentro de plantas e de animais, como os seres humanos. Nesta reportagem da série SP Pesquisa a enorme diversidade do mundo microbiano é revelada. Cientistas expõem os motivos da importância de conhecer essa biodiversidade e porque a vida humana depende da preservação desses micro-organismos, que compõem a maior parte da matéria viva da Terra.

A reportagem ouviu biólogos do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) que estudam os seres vivos mais antigos do planeta, entre eles as algas marinhas e as amebas, que sobreviveram a todas as mudanças climáticas da Terra por bilhões de anos.

No Instituto Oceanográfico da USP, o grupo da cientista Vivian Pelizzari se dedica ao estudo dos micróbios que resistem a condições ambientais extremas, e por isso são chamados de extremófilos, isto é, conseguem sobreviver ou até necessitam de condições geoquímicas extremas, prejudiciais à maioria das outras formas de vida no planeta. “[O ambiente extremo] pode ser desde uma região polar, até regiões de fontes termais que apresentam temperaturas muito altas. Também se pode considerar como um ambiente extremo,  o poluído”, informa Pelizzari.

O biólogo Felipe Pereira estuda bactérias que habitam ambientes gelados. “Ela [a bactéria] sobrevive em dois ambientes extremos, que podem ser extremamente salinos, ou extremamente frios, como é o caso da bactéria Planococcus halocryophilus”, explicou.

De acordo com o biólogo Rubens Duarte, nos estudos realizados com regiões milenares de solo congelado, cerca de 70% das espécies encontradas sobrevivem até hoje. Boa parte dos micróbios podem viver em diferentes regiões da superfície terrestre, o que seria mais uma prova da resistência e versatilidade desses seres.


Assista às duas partes da reportagem: