21/01/14


Toumai, Lucy, um neandertal e outros hominídeos do passado distante estão chegando a São Paulo. Ou melhor, réplicas fiéis de seus esqueletos e representações artísticas de seus prováveis traços faciais são as estrelas de uma nova exposição permanente sobre a evolução humana intitulada “Do macaco ao homem”, que entra em cartaz no início de fevereiro no Catavento Cultural, espaço para difusão da ciência e do conhecimento mantido pelo Governo do Estado de São Paulo no centro da capital paulista.

Concebida em parceria com o arqueólogo e antropólogo físico Walter Neves, coordenador do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos da Universidade de São Paulo (USP), a exposição traça um panorama de uma longa e intrincada história, cujo início não se sabe ao certo, mas que hoje contabiliza ao menos 7 milhões de anos.

Essa é a idade estimada de Toumai, apelido de um crânio da espécie Sahelanthropus tchadensis, encontrado em 2001 no Chade, centro-norte da África. Trata-se do mais antigo hominídeo conhecido, uma linhagem provavelmente evoluída de parentes dos chimpanzés. Toumai pertenceu ao primeiro grupo de hominídeos a caminhar em pé.

Durante um bom tempo, a primazia do bipedalismo foi atribuída a Lucy, como é chamado o esqueleto parcial de uma fêmea de Australopithecus afarensis de 3,2 milhões de anos, provavelmente o fóssil de hominídeo mais famoso de que se tem notícia. Lucy foi resgatada em 1974 na Etiópia, também na África, continente igualmente berço do homem moderno, o Homo sapiens, que ali se originou há cerca de 200 mil anos.

“Nas últimas três ou quatro décadas, foram encontrados muitos fósseis de hominídeos na África e em outras partes do Velho Mundo”, diz Neves. “O principal objetivo da exposição é mostrar que os conhecimentos sobre o processo que levou ao surgimento dos hominídeos e do homem moderno já estão bastante avançados. Agora podemos caracterizar, com um elevado grau de certeza, os principais passos de nossa linhagem evolutiva.”

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