Júnia Ferreira Furtado explica como foi construído, no século 18, o mapa que delineou as fronteiras do país

07/01/15


A Carte de l´Amérique Meridionale, de 1748, é o primeiro mapa de grande dimensão e o mais preciso da América do Sul naquela época, que viria a ser o mais próximo do que se tornou o Brasil atual. Produzido pelo cartógrafo e geógrafo francês Jean-Baptiste Bourguignon d´Anville, especialista em mapas de grandes extensões que trabalhou junto à coroa Portuguesa no início do século 18, ele representa a perspetiva diplomática de Dom Luís da Cunha (célebre diplomata no tempo de D. João V) de quais deveriam ser as fronteiras de Portugal na América.

Para que d´Anville pudesse elaborar este mapa, D. Luís o entregou documentos portugueses secretos e inéditos, tais como cartas, mapas e descrições da história de Minas Gerais, relatos da guerra dos emboabas e das viagens geográficas e territoriais entre Salvador-Bahia, Minas Gerais e Villa Rica.

No programa Livros da UNIVESP TV, a pesquisadora e professora de História da Universidade Federal de Minas Gerais, Júnia Ferreira Furtado, fala sobre o seu último livro, intitulado O Mapa que Inventou o Brasil, ganhador em primeiro lugar na categoria Ciências Humanas do prêmio Jabuti de 2014. A historiadora explica como se deu a construção do mapa por D´Anville e a configuração territorial do Brasil no período em que Portugal e Espanha ainda se batiam para saber como era exatamente o continente sul-americano e como ficaria a divisão final do território entre as duas potências marítimas da Europa, já acordada pelo Tratado de Tordesilhas, que era ignorado havia mais de 150 anos.

Saiba mais sobre o mapa na entrevista: