Livro do jornalista Moacir Assunção descreve como ocorreu o conflito e reconstitui a história de personagens que viveram de perto o drama desse bombardeio

26/08/15


“A cidade de São Paulo foi praticamente destruída com a revolta que ocorreu em julho de 1924. Os bairros da Mooca, Brás, Belém e Cambuci foram os mais atingidos pelo bombardeio, muitos abandonaram suas casas e deixaram São Paulo num êxodo de quase metade da população. Os que não conseguiram se refugiar, sobreviveram nos porões. Foi um morticínio terrível na cidade, a maior batalha em solo urbano, no Brasil e certamente na América Latina”.

Desse modo o jornalista Moacir Assunção descreve o bombardeio da cidade de São Paulo durante a Revolta de 1924 – também chamada de Revolução Esquecida -, quando o governo do presidente Arthur Bernardes cercou a capital paulista com a artilharia pesada do Exército, atacando principalmente fábricas e bairros proletários.

No programa Livros, da UNIVESP TV, Assunção fala sobre a Revolta de 1924, objeto do mestrado que fez na Universidade de São Paulo e tema do livro São Paulo deve ser destruída (Editora Record, 2015). A obra tem foco nas histórias dos civis moradores da cidade que viveram aquele momento sem saber o que estava acontecendo.

A Revolta Paulista de 1924 foi a segunda rebelião tenentista, promovida por jovens tenentes do exército contra o governo federal. A primeira havia ocorrido dois anos antes, no Rio de Janeiro. “Esse movimento reformista pretendia republicanizar o Brasil, isto é, promover uma série de reformas estruturais no país, como: aumento da federalização, diminuição de impostos, respeito aos militares e voto secreto”, esclarece Assunção.

O plano dos tenentistas era tomar São Paulo, como primeira etapa de um plano para derrubar o governo do presidente Arthur Bernardes. “Dominaram a cidade naquele momento e conseguiram tomar os principais quarteis e alguns pontos estratégicos – a Estação da Luz, a coletoria fiscal, o Banco do Brasil, entre outros”, conta.

A tentativa fracassou diante da resposta rápida do Governo Federal que não aceitou negociar com os revoltosos e bombardeou a cidade sem trégua – provocando um grande número de mortes entre os civis.

 

Assista à entrevista e entenda como e porque ocorreu o conflito: