Tese mostra como a penitenciária é um espaço produtivo de relações afetivas que podem fazer políticas de organização interna dos presídios
O jornalista Rodrigo Simon conversa com Natália Corazza Padovani, pesquisadora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, a respeito da sua tese “Sobre casos e casamentos: Afetos e amores através de penitenciárias femininas em São Paulo e Barcelona”, no programa Fala, Doutor, da UNIVESP TV. O trabalho revela que, para as interlocutoras da pesquisa, as redes de afeto criadas nas prisões femininas produzem articulações possíveis frente às relações de poder.
O estudo foi realizado na penitenciária feminina do Carandiru, em São Paulo – prisão marcada pela presença de mulheres estrangeiras, dentre elas, muitas espanholas, que ocupavam na época da pesquisa a 4° posição de nacionalidade destas mulheres. Analisando o modo como essas reclusas estabeleciam relações sexuais e afetivas com as brasileiras presas, Padovani ampliou o seu trabalho estudando também as brasileiras detidas em prisões femininas em Barcelona, na Espanha.
A pesquisadora analisou as redes de afeto que se constituem por meio da experiência prisional, percebendo o modo como a penitenciária se torna um espaço produtivo de relações afetivas. Além disso, o estudo mostra como estas ligações são parte constitutiva da articulação política produtora dessas instituições.
De acordo com Padovani, a prisão é sistematicamente organizada pelos laços de afeto. “Essas redes afetivas passavam a ser suportes para a manutenção da vida e de ajuda, e não um espaço que limita os vínculos [afetivos]. Os amores eram centrais nas narrativas das minhas interlocutoras”, ressaltou.
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