Livro trata da herança tipográfica flamenga produzida entre os séculos XVI e XVIII, quando a imprensa ganhava força
Entre os séculos XVI e XVII, ao mesmo tempo que se descobriam novos continentes e se dava a expansão ultramarina, os livros também tiveram um papel importante nesse processo de transmissão da cultura europeia para a Ásia, América e África. Um Mundo Sobre Papel, livro organizado por Iris Kantor, pesquisadora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da Universidade de São Paulo, trata do impacto da arte flamenga no além-mar, mostrando a influência tipográfica em colônias, como o Brasil.
No programa Livros, da UNIVESP TV, Kantor conta que a obra fala desse importante momento da cultura Europeia e da ocidentalização dessa cultura, quando a imprensa ganhou uma intensidade e volume jamais imaginado. O livro conta a vida dos tipógrafos, editores e autores que publicaram livros no período.
A obra é resultado de uma exposição realizada em 2009 na Antuérpia, a segunda maior cidade da Bélgica. De acordo Kantor, a cidade era um porto importantíssimo entre os séculos XVI a XVII, uma espécie de grande nó de uma rede marítima de escala mundial, em que se concentrava uma tradição fabril e artesanal que possibilitou o desenvolvimento na indústria da tipografia.
“A grande importância desse trabalho é mostrar a existência de um mercado editorial fortíssimo [naquela época], numa escala mundial que envolvia uma rede de distribuidores e intermediários em vários pontos dessa escala, além de ser um negócio altamente rentável”, afirma.
Assista à entrevista:
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