Pesquisadora da USP conta a trajetória do escritor que foi “a primeira voz negra da literatura brasileira”

17/03/15


O programa Literatura, da UNIVESP TV, recebe a professora e pesquisadora Ligia Fonseca Ferreira, da Universidade Federal de São Paulo. Ela conta a trajetória e fala sobre a obra de Luiz Gonzaga Pinto da Gama, popularmente conhecido como Luiz Gama, que, vendido como escravo pelo pai, aprendeu a ler somente aos 17 anos, mas rapidamente transformou-se em escritor, militante republicano e abolicionista.

Luiz Gama nasceu na Bahia em 21 de junho de 1830 e faleceu em São Paulo, em 1882. Filho da quituteiraLuísa Mahin,uma ex-escrava africana radicada no Brasil, e de um homem branco que pertencia a uma das mais importantes famílias da Bahia, cujo nome ele nunca revelara.

Aos 50 anos de idade, Gama escreveu uma carta ao seu amigo Lúcio de Mendonça, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em que conta detalhes sobre a sua infância e adolescência. Segundo Ligia Ferreira,  o poeta foi vendido pelo pai a um mercador de escravos em troca de uma dívida de jogo. Ele nasceu livre e se tornou escravo aos 10 anos de idade, passando  por oito anos de escravidão. Quando conseguiu sua liberdade, se alfabetizou e se formou advogado por conta própria, para defender os escravos.

Em 1859, aos 29 anos de idade, Luiz Gama publicou o seu primeiro livro, Primeiras Trovas Burlescas. Anos mais tarde, publicou alguns poemas em jornais. De acordo com Ligia Ferreira, o poeta foi o primeiro escritor negro a assumir sua negritude na obra poética: “A primeira voz negra da literatura brasileira”, declara.

Ligia Ferreira fala também sobre o seu livro intitulado Com a palavra Luiz Gama, que reuniu obras do escritor.

Assista à entrevista: