O reitor da Universidade Federal do ABC e o coordenador do Grupo de Estudos em Educação Superior da Unicamp debatem o assunto

06/02/15


Os jornalistas Ederson Granetto e Rodrigo Simon entrevistam o reitor da Universidade Federal do ABC, Hélio Waldman, e o coordenador do Grupo de Estudos em Educação Superior da Universidade Estadual de Campinas, Renato Pedrosa, no Programa Ensino Superior, da UNIVESP TV. Os especialistas falam sobre os motivos pelos quais o ensino superior brasileiro não atinge uma projeção internacional equivalente a que o Brasil tem no exterior.

De acordo com Pedrosa, a história da educação brasileira é retardatária em relação a diversos outros países, o que impediria o ensino superior do país de alcançar maior projeção. No entanto, pondera: “Nos últimos 50 anos, se analisarmos o esforço que o país fez em termos de pós-graduação, pesquisa e prestígio da instituição [universidade], o país caminhou muito”. Ele cita a Universidade de São Paulo como uma das instituições mais bem-sucedidas no sentido de internacionalização, aparecendo sempre em primeiro lugar no quesito entre universidades brasileiras em rankings internacionais. Segundo o especialista, o motivo para isso se encontra na própria origem da instituição, que recebeu diversos professores estrangeiros quando da sua fundação.

A formação de doutores no exterior entre as décadas de 1960 e 1980, segundo Pedrosa, teria sido responsável pela maior competitividade internacional de pesquisas brasileiras em determinadas áreas, como a física, por exemplo. “O Brasil precisa integrar-se mais à comunidade internacional e ter mais intercâmbio, só assim as universidades caminharão, é preciso renovar”, defende.

Para Waldman, o ensino superior brasileiro está se desenvolvendo de forma muito aquém em relação à economia do país. Ainda, o reitor alega que falta autonomia para as universidades gerirem seu orçamento, e pondera que as universidades estaduais de São Paulo estão mais avançadas que as federais nesse sentido, embora ainda atrasadas em relação ao que acontece no exterior.

Assista à entrevista: