Ação incentiva desenvolvimento de soluções criativas para produção de alimentos saudáveis em espaçonaves; projeto criado na ESALQ-USP está entre os 10 melhores internacionais

31/10/22


O aluno de Engenharia de Computação da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), Christian Aparecido Demetrio, 40, do polo São Pedro, em conjunto com discentes da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), Enrico Stephano Oliveira Mucciolo, Laura Minatel Bortolato, Lilia Castro Pereira e  Jéssica Fernanda de Oliveira Jacob, participa da 2ª etapa do concurso Deep Space Food Challenge, promovido pela NASA e Agência Espacial Canadense (CSA). A iniciativa propõe que os integrantes desenvolvam soluções criativas e funcionais de formas de produção de alimentos saudáveis em espaçonaves, para o consumo em futuras expedições espaciais e processos de colonização de outros planetas. A primeira etapa aconteceu em outubro de 2021 e o resultado será divulgado em 2023.  

 O grupo, com a liderança do professor de Floricultura e Plantas Ornamentais da ESALQ-USP, Dr. Paulo Hercílio Viegas Rodrigues, criou um projeto utilizando conceitos de verticalização e cultivo indoor de plantas com uso de LEDs. Das 180 equipes participantes da competição, a brasileira foi selecionada para a 2° fase e ficou entre os 10 melhores projetos internacionais. A proposta é produzir alimentos frescos (morango e taioba) nas condições de Marte e em trânsito. No projeto, os painéis verticais podem ser usados ​​para produzir sob luz artificial e restrições operacionais.    

Segundo Demetrio, que também é bolsista de outro projeto na Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ), a iniciativa avançou mais uma fase nesta segunda-feira (19/09), e o grupo tem até o dia 16 de dezembro para enviar todos os resultados dos testes do módulo aos juízes da NASA. “Os integrantes desenvolvem atividades de acordo com suas afinidades e aptidões, entre elas, estão o desenvolvimento de hardware, software e do módulo em que as plantas serão produzidas, a propagação in vitro de mudas das espécies escolhidas e todas as adaptações necessárias para produção em condições espaciais”, declara.  

O estudante ressalta ainda que o empenho e conhecimento de todos os participantes foram fundamentais para o êxito do projeto. “A inclusão de um aluno de Engenharia de Computação no time da USP foi essencial para o desenvolvimento do hardware da ação. No percurso, tivemos algumas dificuldades, como a falta de componentes importados e o prazo reduzido para a conclusão do protótipo TRL-04. Apesar da pouca experiência dos estudantes na área, arriscamos desenvolver o projeto sem a ajuda de empresas tradicionais de equipamentos científicos”, completa.  

O projeto  

Pelo método desenvolvido pelos pesquisadores, o processo para cultivar morangos ou qualquer tipo de planta no espaço, começa no laboratório. Eles coletam a muda e clonam dentro de tubos de ensaio. Dentro do dispositivo, a planta está inerte de contaminantes. A muda produzida pode ser levada pelos astronautas para serem plantadas durante as viagens espaciais.  A muda fica imersa em uma espécie de gel para ficar saudável e se manter viva. A partir daí, os tripulantes podem plantar dentro da câmara climática.  

Sobre a Univesp    

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