Metade da educação superior dos Estados Unidos é provida por faculdades que oferecem cursos de curta duração. Os community colleges, com cursos de dois anos, recebem de 55% a 60% dos calouros.
E essas escolas, que antes eram consideradas opções apenas para alunos pobres ou provenientes das “minorias étnicas” (negros, latinos etc.), atraem cada vez mais os filhos da chamada “classe média branca”, em um país em que todo o ensino superior é pago e caro – e em que a dívida estudantil se tornou a segunda maior dívida das pessoas físicas: perde para a dívida imobiliária, mas é maior do que a dívida com cartões de crédito.
O assunto foi tema da pesquisa “Estados Unidos: educação superior como política de desenvolvimento – papel dos community colleges”, de Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes, professor titular aposentado do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH-Unicamp).
“Enfoquei o papel dos community colleges na educação superior americana e o papel da educação superior americana no desenvolvimento dos Estados Unidos”, disse Moraes à Agência Fapesp.
Os community colleges surgiram no começo do século XX, com o objetivo de transpor o fosso que havia entre o ensino médio e o ensino superior. “A escola média norte-americana, a high school, que se massificou no começo do século XX, não é bem uma escola preparatória para o ensino superior. Ao contrário do que ocorre no sistema europeu, sobretudo o francês e o alemão, em que o ensino médio é muito importante e de muito alta qualidade, a high school norte-americana era, e continua sendo, muito frágil”, disse Moraes.
“Os community colleges surgiram para cobrir esse vão, cumprindo papel propedêutico. Na ocasião, chamavam-se junior colleges, em contraponto às faculdades de quatro anos, chamadas desenior colleges”, disse Moraes.
Os community colleges modificaram-se ao longo do tempo, agregando cursos com vocação profissionalizante, e deslancharam depois da Segunda Guerra Mundial, quando o Estado federal assumiu um papel muito grande na massificação do ensino superior.
Até essa época, o ensino superior norte-americano era dominado pelas universidades privadas, que são, até hoje, as instituições de maior prestígio, como Harvard, Stanford, Columbia, Princeton, Yale, MIT, entre outras.
No setor público cresceu, concomitantemente, o ensino superior de curta duração. Ele confere um diploma ao fim de dois anos e possibilita que o indivíduo tente, depois, uma complementação de dois anos em uma faculdade de longa duração. Há programas muito detalhados de articulação e transferência, permitindo que, mediante avaliação, os dois anos feitos nos community colleges sejam reconhecidos nas faculdades de longa duração.
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