Iniciativa da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência reúne informações importantes para criação de políticas públicas; segundo o último CENSO, Univesp possui mais de 500 alunos com algum tipo de deficiência

03/12/19


O presidente da Universidade Virtual do Estado de São Paulo, professor Rodolfo Azevedo, participou na manhã desta terça (03/12), data em que é comemorado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, do lançamento da plataforma “Base de Dados dos Direitos da Pessoa com Deficiência”, no Memorial da América Latina, capital paulista. O evento foi aberto pela secretária estadual de Direitos da Pessoa com Deficiência, Célia Leão, uma das idealizadoras da iniciativa, e por outros representantes de órgãos ligados à temática e ao governo, entre eles, o coordenador de Ensino Superior do Estado de São Paulo, professor Ricardo Anido, o presidente do  Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência – CEAPcD , Francisco Nuncio Cerignoni (Chico Pirata), o titular do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade), Wilson Roberto Gomiero e o diretor presidente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), Carlos Antonio Luque.

A ferramenta visa subsidiar a tomada de decisão dos gestores na definição das políticas públicas regionais ou municipais voltadas à inclusão plena das pessoas com deficiência. Serão reunidas informações de diversas Secretarias e órgãos do Governo. A plataforma unifica em um sistema de BI - Business Intelligence, além dos dados censitários, elementos sobre as principais políticas nas áreas de: educação, saúde, emprego e renda, desenvolvimento social, entre outras. O mecanismo servirá ainda como fonte de estudos para os pesquisadores e profissionais interessados na causa, sendo um instrumento de monitoramento da garantia dos direitos da pessoa com deficiência.

Em seu discurso em prol da causa, Célia Leão, ressaltou que a luta voltada às pessoas com deficiência (PCD) é contínua. “Se piscarmos os olhos, podemos perder de forma dissimulada, as conquistas dos últimos 30 anos. Lutamos por reabilitações, educação, saúde, lazer, cultura e precisávamos de uma plataforma consolidada com as principais informações, de quem somos e de onde estamos. Não queremos ser ônus e sim bônus. Precisamos trabalhar. O Governo do Estado quer inserir 60 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho nos próximos três anos. Temos que dizer que as pessoas podem”, concluiu
 
A Base de Dados é uma estratégia que tem consonância com uma das recomendações do Relatório Mundial sobre a Deficiência, publicado pela Organização Mundial da Saúde – OMS, em 2011. O documento destaca a importância de uma consolidação de base de dados sobre o segmento das pessoas com deficiência aos Governos, como uma forma de enfrentamento às barreiras incapacitantes.

Segundo Anido, que na ocasião representou a secretária de Desenvolvimento Econômico (SDE), Patricia Ellen, as secretarias estão unidas e desenvolvem um trabalho para melhorar a vida da população. “Vamos incluir as universidades nesse banco de dados. Alguns cursos atraem mais que os outros, precisamos identificar os motivos e alinhar políticas públicas com o apoio da USP, Unesp, Unicamp e Univesp, que já está presente em 316 municípios do Estado. Parabéns pelo pioneirismo na iniciativa, sem dados não temos planejamento”, afirmou.

A Univesp também contribuirá para essa base dados. Como divulgado no último CENSO do Ensino superior (2018), a universidade passou a contabilizar mais de 556 alunos matriculados com algum tipo de deficiência, entre elas, física, intelectual, auditiva, visual, transtornos, autismo, múltiplas, superdotação e outras.   

De acordo com o professor Azevedo, é fundamental levantarmos todas as informações para o desenvolvimento de projetos assertivos voltados às pessoas com deficiência, que chega a 3 milhões no estado paulista. “A Univesp já adota algumas iniciativas voltadas a esse público. Oferecemos tratamento individualizado a cada caso detectado, o estudante pode ter mais tempo para fazer as provas, já ampliamos os materiais didáticos, como as avaliações para portadores de baixa visão, usamos intérpretes de libras em nossas videoaulas, legendas, descritivos de imagem, leitor de tela e outras ações estão em fase de experimentos para atender todos da melhor forma possível”, acrescentou o presidente.